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Eucalipto ganha força como fonte de energia - 23/02/2015

Antes voltado à tradicional fabricação de papel e móveis, o cultivo do eucalipto ganha a cada dia um novo apelo: a geração de energia como alternativa renovável ao petróleo e ao carvão mineral. Na região de Paranavaí, de um total de 13 mil hectares cultivados, hoje 90% da produção da árvore de origem australiana tem como destino final a caldeira, fornos e secadores.

“É grande a demanda por lenhana região. O principal consumidor é o segmento da avicultura, tanto nas granjas como nas indústrias de secagem de grãos. Logo atrás aparecem as lavanderias, farinheiras, padarias e pizzarias”, explica Erni Limberger, engenheiro florestal do escritório da Emater em Paranavaí, que atende 29 municípios da região.

A expansão do cultivo de eucalipto, segundo Limberger, cresceu significativamente nos últimos anos por conta da necessidade de recomposição de 20% da área florestal. Ao serem obrigados a cumprir à lei ambiental, muitos produtores descobriram na regeneração da mata nativa uma atividade rentável. “O valor da tonelada na propriedade é R$ 55, já na indústria varia entre R$ 95 e R$ 105”, calcula o engenheiro florestal.

No entanto, assim como as demais atividades do agronegócio, a lucratividade com o plantio de árvores passa pela profissionalização do negócio. O trabalho começa na escolha da espécie a ser plantada. “Existem 600 espécies, sendo que cerca de 40 são cultivadas, além dos clones e híbridos. E cada uma se adapta de um jeito ao solo, topografia e clima. A escolha entre uma ou outra espécie também precisa levar em consideração o espaço físico disponível”, explicaLimberger.

“O acompanhamento de profissional habilitado, seja engenheiro florestal ou agrônomo, em toda a cadeia produtiva, desde a escolha das mudas até a comercialização das árvores, possibilita melhores condições para que o mercado receba o produto correto dependendo de sua destinação: produção de energia ou fabricação de papel e móveis”, alerta o engenheiro mecânico Alcione Mario Costa Cordeiro, conselheiro do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (CREA-PR).

Cordeiro explica que, quando destinadas à fabricação de papel e móveis, as árvores podem ser cortadas com quatro anos, pois com essa idade apresentam pouco ‘cerne’, são toras leves e de baixo poder calorífico - conhecidas pelos ‘foguistas’ como eucalipto isopor.Quando utilizadas ainda verdes como lenha, o consumo dobra gerando prejuízos financeiros e ao meio ambiente, já que aumenta a emissão de gases na atmosfera.

Limberger recomenda que o primeiro corte para as variedades destinadas a combustão ocorra entre o 6º e 8º ano, favorecendo assim a rebrota. Ele reforça ainda que é preciso atenção no tempo e forma de armazenagem, já que isso interfere no teor de umidade da madeira. Em qualquer situação o conselheiro Alcione Cordeiro atenta para a necessidade de acompanhamento técnico de profissional habilitado pelo CREA-PR.

Fonte: Painel Florestal